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Confira entrevista com a Professora Zozilena Froz sobre Folkcomunicação
A professora Doutora em Comunicação e Semiótica Zozilena Froz, será uma das palestrantes do I Seminário de Pesquisa em Folkcomunicação, promovido pelo grupo de pesquisa em Economia Política da Comunicação –COMUM, da UFPI. O Seminário acontece nesta quinta feira, dia 19, a partir das 8:30 no auditório do DMA. A professora Zozilena falou um pouco para o Amplie News sobre a folkcomunicação e a arte santeira no Piauí, que será o tema da sua palestra no evento. Confira a entrevista!
Amplie News- Professora o que é a Folkcomunicação?
Zozilena Froz- Follk é a forma como as pessoas fazem para se comunicar, contando inclusive com todas as manifestações. Quando a gente fala folk é exatamente usar toda essa cultura popular, que as pessoas se expressam no dia a dia e estão fazendo comunicação e às vezes não percebem , e também tem a tendência de pessoas que acham que a comunicação tem que ser erudita, uma comunicação mais acadêmica, usando adjetivações corretas. Mas quando você vai no interior, você vê que eles tem uma forma de se comunicar bem característica deles, inclusive se comunicar pelo gestual , que eu acho magnífico. Eu tenho até estudado sobre a questão do gesto, e vejo que no interior eles se comunicam de uma forma , eles se sentam de uma forma, eles tem uma expressão corporal extremamente singular. E isso tudo a gente vê que é dentro do fenômeno da comunicação exatamente usando essa coisa da essência, que a gente chama da raiz, que é a cultura popular.
Amplie News- Qual sua linha de pesquisa dentro da folkcomunicação?
Zozilena Froz- Na verdade, eu sou coordenadora científica do Núcleo Interdisciplinar de Pesquisa da Arte e Cultura Piauiense -NUPEAC, que tem estatuto regularizado na UFPI, e dentro desse grupo tem várias linhas de pesquisa , por exemplo tem do patrimônio e memória tem a linha da arte primeva e a interdiscursividade e tem a do patrimônio cultural e arte santeira que também é uma das nossos objetos de pesquisa. Então nós estamos fazendo o levantamento da produção desta arte santeira no estado. Então dentro desse aspecto geográfico, nós estamos estudando exatamente a análise formal e iconográfica, bem como depois fazer uma análise semiótica destas imagens.
Amplie News- Como a senhora caracteriza a Arte Santeira do Piauí?
Zozilena Froz- Através das pesquisas se tem percebido é que a tradição da arte santeira no estado é fortíssima, até porque tem uma geração bem antiga que é correspondente ao Mestre Dezinho, Mestre Expedito, que por sua vez já formaram toda uma geração de artesãos que é o Mestre Kim, o Dido e etc, e deles já vêm uma terceira geração que são os alunos deles. Então o que se acredita é que se trata de uma pesquisa extremamente importante dentro da Folkcomunicação, até mesmo devido a escassez de pesquisas nessa área no Piauí.
Amplie News- Existe diferença entre a Arte Santeira do Piauí e a de outros estados?
Zozilena Froz- O artista primevo, assim como o artista atual que eu sempre chamo de artista da pedra, pois ao pegar uma pedra ou uma madeira, que é um objeto quase sem forma, ele ultrapassa os limites, e no caso de nossos artistas piauienses não são diferentes, eles têm ultrapassado todos os limites geográficos do Piauí o que mostra a sua arte pro mundo. Entretanto sempre há uma distinção entre os artesãos, porque cada um tem um olhar do mundo, o que reflete na forma em que eles absorvem as informações que chegam a eles. Desse modo cada estado tem sua peculiaridade, porque cada artesão absorves informações típicas diferentes, e consequentemente isso marca o seu trabalho, permitindo que sua obra não seja confundida com a de outro artesão.
Amplie News- Qual a importância deste Seminário para o Piauí?
Zozilena Froz- Eu acredito que esse estudo é de importância ímpar pra academia e até mesmo pra o estado do Piauí, porque pesquisas como esse objeto é extremamente escasso no estado. E eu sempre digo assim que é extremamente importante que se conheça a arte e cultura de fora, do Brasil, de outras regiões, mas é essencial que se conheça o nosso umbigo, a nossa própria casa.
texto por Isabela Rêgo
isabelacot@gmail.com
Atualização às 21:24 em 17/11/09
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