• Desenhista autodidata pinta telas com lápis de cor


    Emiliano amplia e reproduz fotografias em suas telas por encomenda de clientes

    Quem anda pela Central de Artesanato de Teresina pode conferir o trabalho de muitos artesãos. Eles expõem sua arte não apenas nas lojas, mas também nos corredores. É o caso de Ivanildo Emiliano (66). Natural do Rio de Janeiro, há dez anos ele vive no Piauí e deixou o trabalho de representante comercial para seguir como desenhista artístico.



    Autodidata, Emiliano confecciona telas sob encomenda. Ele pinta modelo vivo ou reproduz fotografias. Mas o trabalho de Emiliano tem um diferencial. Para pintar ele utiliza lápis de cor, inclusive de cera. Instrumentos simples que em suas mãos viram verdadeiras obras de arte. As coleções, como os teresinenses costumam chamar os lápis de cor, se tranformam em coleções de telas, geralmente dadas como presentes de aniversário. Existem também pessoas que encomendam as telas para homenagear entes queridos, que faleceram. A dificuldade de pintar com lápis de cor é que não pode haver erros, pois não há como apagar. Emiliano é o único que utiliza essa técnica em Teresina.


    O desenhista declara que não costuma pintar paisagens, que gosta mesmo de trabalhar sob encomenda e que por isso é difícil encontrar telas em seu atelier. No caso de pintura de "modelo vivo", ou seja, com a pessoa presente para ter a imagem reproduzida, ele cobra muito caro, embora não revele quanto. Já quando a pessoa traz a foto, o que é mais comum, ele cobra de acordo com o tamanho da tela desejada. Por exemplo, uma tela de 30cmx 40cm custa atualmente 50 reais.


    Emiliano tem algumas reclamações. Ele diz que por produzir suas telas no corredor, devido haver mais luz para trabalhar, muitas pessoas o interrompem, sem pedir licença, o que atrapalha seu desenho. Ele afirma que esse comportamento é típico de muitos turistas, dos mais variados estados, que passam por lá. Emiliano reclama ainda, da falta de incentivo para o artesanato em Teresina, e da pouca valorização de sua arte.


    “Sei que em outros lugares seria muito mais valorizado. Em Teresina há pouca divulgação do artesanato. Futuramente pretendo ir embora para outro estado”, declara o desenhista.


    Apesar de todas as dificuldades, Emiliano diz que se sente realizado de fazer o que gosta e que consegue se manter com os desenhos que faz.





    CONFIRA O ÁUDIO!



    Texto por Isabela Rêgo                                                                                                                             isabelacot@gmail.com                                                                                                                 Atualização às 13:50 em 08/11/09



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